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Concílio  Vaticano II

 

Constituição Conciliar

Sacrosanctum Concilium

Sobre a Sagrada Liturgia

 (Síntese do Pe. G. L. Morgano)  

 

 

A liturgia no mistério da Igreja

1)    O sagrado Concílio  se propõe a:

        fomentar a vida cristã entre os fiéis  ;

        adaptar às exigências do nosso tempo aquelas instituições que são susceptíveis a mudanças;

        favorecer tudo o que pode contribuir para a união dos que crêem em Cristo.

        Julga ser sua obrigação ocupar-se também da reforma e do incremento da liturgia.

 

2) A liturgia, mediante a qual, especialmente no divino sacrifício da Eucaristia, 

 

“se atua a obra da nossa redenção”, contribui sumamente para que os fiéis  exprimam em suas vidas e manifestem aos outros o mistério de Cristo  e a genuína natureza da verdadeira Igreja :

a) humana e divina

b) visível, mas dotada de realidades invisíveis

c) operosa na ação e devotada à contemplação

d) presente no mundo e contudo, peregrina.

 

A liturgia edifica aqueles que estão na Igreja em templo santo no Senhor e robustece suas forças para que preguem o Cristo.

Aos que estão fora, esta Igreja se mostra como estandarte erguido diante das nações, sob o qual os filhos dispersos de Deus  possam reunir-se na unidade, para que haja um só rebanho e um só pastor ( cf. Is 11,12; Jo10,16).

 

 

Natureza da sagrada liturgia e sua importância na vida da Igreja

  

5) Deus mandou o seu Filho, Verbo feito carne, ungido pelo Espírito Santo, para anunciar  a boa nova aos pobres, curar os contritos de coração (cf. Is 61,1;Lc 4,18).

 

6) Como o Cristo foi enviado pelo Pai, assim também ele enviou os apóstolos, cheios de Espírito Santo, não só porque anunciassem a obra da salvação, mas porque levassem a efeito esta obra por meio do sacrifício e dos sacramentos. Por esse motivo, no próprio dia de Pentecostes, no qual a Igreja  se manifestou ao mundo, “os que receberam a palavra de Pedro foram batizados, e perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comum fração do pão e na oração” (cf.At 2,41-42). 

                Desde então, a Igreja  jamais deixou de reunir-se para celebrar o Mistério Pascal.

7) Cristo esta sempre presente nas ações  litúrgicas:  tanto na pessoa do ministro, como nas espécies eucarísticas; quando alguém batiza é o próprio Cristo quem batiza.

 

                A liturgia é considerada como exercício da função sacerdotal de Cristo.

        Ela simboliza através de sinais sensíveis e realiza em modo próprio a cada um a santificação dos homens.

 

8) Na liturgia da terra  nós participamos, saboreando já, da liturgia celeste, que se celebra na cidade santa de Jerusalém, para a qual nos encaminhamos como peregrinos, onde o Cristo está sentado à direita de Deus.

 

 

9) A sagrada liturgia, não esgota toda a ação da Igreja. De fato, antes que os homens possam achegar-se à liturgia, é necessário que sejam chamados à fé e conversão : “Como poderiam invocar aquele em quem não creram? E como poderiam crer naquele que não ouviram? E como poderiam ouvir sem pregador? E como podem pregar se não forem enviados?” (Rm 10,14-15). Tarefa principal é o anúncio do Evangelho que por sua vez é preparação para a mesa do sacrifício eucarístico.

 

                Existe uma estreita conexão entre a pregação da Palavra e a celebração do Sacramento: “aqueles que acolheram a palavra foram batizados” (At 2,41).

 

Reforma da Sagrada Liturgia

21) A liturgia compõe-se de uma parte imutável, porque de instituição divina, e de partes suscetíveis a mudanças.

 

Estas, com o passar dos tempos, podem ou mesmo devem variar, se nelas se introduzirem elementos que correspondam à natureza íntima da própria liturgia, ou se estes tenham se tornado menos oportunos. 

22) Regular a sagrada liturgia  compete à autoridade da Igreja: Sé Apostólica, Bispo e  Conferências Episcopais. Ninguém, mesmo que seja sacerdote, ouse, por sua iniciativa acrescentar, suprimir ou mudar seja o que for em matéria litúrgica.  

 

26) As ações litúrgicas não são ações privadas, mas celebrações da Igreja, que é sacramento de unidade, povo santo reunido e ordenado sob a direção dos bispos.  

 

33/35) Embora a sagrada liturgia seja principalmente culto da majestade divina, é também grande fonte de instrução para o povo fiel.

                Na liturgia Deus fala ao seu povo, e Cristo anuncia ainda seu Evangelho

                Os sinais sensíveis que a liturgia usa para simbolizar as realidades divinas invisíveis foram escolhidos por Cristo e a Igreja. Procura-se inculcar, por todos os modos, uma catequese mais diretamente litúrgica.  

37) A Igreja considera com benevolência tudo o que nos costumes dos povos não está indissoluvelmente ligado à superstição e ao erro e por vezes o admite na própria liturgia, conquanto esteja de acordo com as normas do verdadeiro e autêntico espírito litúrgico.

 

O Mistério Eucarístico

47) O nosso Salvador instituiu o Sacrifício do seu corpo e do seu sangue para perpetuar no decorrer dos séculos, até ele voltar, o sacrifício da cruz, e para confiar assim à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição:

 

                Sacramento de amor

                sinal de unidade

                vínculo de caridade.

 

48) A Igreja,  preocupa-se para que os fiéis :

 

                participem na ação sagrada consciente, piedosa e ativamente

                aprendam a oferecer-se a si mesmos

                por meio de Cristo mediador progridam na união com Deus e entre si.

 

Os outros Sacramentos e Sacramentais

   

59) Os sacramentos  destinam-se à santificação  dos homens, para edificação do corpo de Cristo e para prestar culto a Deus: como sinais destinam-se também à instrução. São chamados “Sacramentos da fé” porque não só supõem a fé, mas também a alimentam, fortificam. Dispõem os fiéis  a praticar a caridade.

 

São instituídos por Jesus Cristo.  

 

60/61) Os Sacramentais  são sinais sagrados, pelos quais, à imitação dos sacramentos, dispõem os homens a receber o efeito principal dos sacramentos e são santificados às diversas circunstâncias da vida. (Bênçãos)

                Os sacramentos e sacramentais recebem sua eficácia do Mistério Pascal.

 

Ofício Divino

83) Jesus Cristo,  sumo e eterno sacerdote da nova e eterna aliança, ao assumir a natureza humana  trouxe a este exílio da terra aquele hino que se canta por toda a eternidade na celeste mansão. Ele une a si toda a humanidade e associa-se a este cântico divino de louvor.

86) Na reza do ofício divino devemos seguir a exortação  de São Paulo : “Rezai sem cessar” (1 ts 5,17) . Quando instituíram os diáconos, razão tiveram os apóstolos para dizer: “Quanto a nós, permaneceremos assíduos à oração e ao ministério da Palavra” (At 6,4).

88/100) Sendo oração pública da Igreja,  o ofício divino tem por finalidade a santificação do dia. É fonte de piedade  e alimento da oração pessoal. Exortam-se os que rezam o ofício  a que acompanhem com a mente a recitação vocal.

Recomenda-se que também os leigos  recitem o ofício divino.

Ano Litúrgico

102) A Igreja  celebra a obra da salvação de Cristo  em dias determinados do ano.

106) O domingo  tem sua origem no dia mesmo da ressurreição. É o principal dia de festa que deve ser lembrado e inculcado como dia da alegria e da abstinência  do trabalho.

103) Na celebração dos Mistérios de Cristo, a Igreja  venera  com especial amor Maria, Mãe de Deus, o mais excelso fruto da redenção.

104) Fazendo memória dos Mártires e outros santos, a Igreja  proclama o mistério pascal realizado neles e propõe aos fiéis  os  seus exemplos.

109) A Quaresma  tem dois aspectos característicos: recordação do batismo e caminho de penitência (jejum pascal).

Na catequese, inculque-se no espírito dos fiéis, juntamente com as conseqüências sociais do pecado, a natureza própria da penitência que detesta o pecado como ofensa a Deus.

A Música Sacra

112/120) O Canto sagrado, constitui parte necessária ou integrante da liturgia solene. Além de outros instrumentos tenha-se em grande apreço o órgão, cujo som é capaz de trazer às cerimônias um esplendor extraordinário e elevar o espírito para Deus.

Os textos destinados ao canto sacro, devem estar  de acordo com a doutrina católica e inspirar-se sobretudo na sagrada escritura.

Arte Sacra e Alfaias litúrgicas

122) Elas espalham a infinita beleza de Deus, e estão orientadas para o louvor e glorificação  de Deus.

É esta a razão por que a Igreja  amou sempre as artes liberais, formou artistas para fazer com que os objetos fossem verdadeiros sinais e símbolos do sobrenatural.